segunda-feira, 10 de maio de 2010

Crônicas do nosso esporte

*enviado por Fred Martins - o Fred Filé
 
Este texto do Sr Ayrton Pereira , grande escritor niteroiense,e meu grande amigo, faz jus ao amor que temos por este "jogo de criança"... O texto foi resgatado do antigo site de um jornalzinho que a galera de Niterói, RJ, postava onde, entre a divulgação do futmesa e as brincadeiras sadias de encarnação por este ou outro resultado, manteve a amizade que foi criada e principalmente cultivada por anos.

É por isso que ainda jogamos botão!!! Salve seu Ayrton!!! 
"ONDE OS CRAQUES JAMAIS ENVELHECEM"

Meu amigo e leal adversário Fred Filé pediu-me pra escrever algumas palavras sobre o futebol de mesa. Que é que vou dizer?
Pra início de conversa, pertenço à pré-história do futebol de botão: sou um velho dinossauro que começou jogando botão nas calçadas da rua Pereira Nunes, ali no Ingá, com craques seqüestrados dos paletós paternos e dos casacos maternos. Um time de clandestinos, já se vê. Menos o goleiro, que era de caixa de fósforos marca Olho. Tempos paleolíticos.
Foi a paixão pelo futebol real que me levou ao futebol de faz-de-conta. Digo isso porque é no futebol de botão que se realiza o milagre da juventude eterna - nele, os craques nunca envelhecem ( no meu time do Flamengo, os inesquecíveis Zizinho, Dida e "Dr. Rúbis" continuam, bem vivos, a exibir sua alta classe dentro do retângulo).
Até hoje vibro com os gols (cada vez mais raros) de meus botões, como se o menino antigo de repente retornasse, conduzindo minhas emoções. É por isso, galera, que falei em futebol de faz-de-conta. Se ele não me agraciou, como aos seus craques, com o dom de não envelhecer, ao menos me ensinou a envelhecer jovialmente.
Sim, porque o futebol de mesa, entre adultos, não é só um modo de cultivar amigos, como também um compromisso de não deixar morrer o menino que todos fomos um dia - o que, longe de ser uma travessura, é uma arte."

Obrigado Seu Ayrton!!! O senhor descreveu exatamente o que, acredito, ser o que nós praticantes do futmesa, sentimos quando estamos desafiando o tempo, inimigo cruel de todos, colocando em campo àqueles que, em algum momento, alegrou nossos corações infantes. Zizinho, Dida, Rivelino, Pelé, Ronaldos, não importa, pois no nosso "campo dos sonhos", eles desfilaram sempre sua arte e sua magia. Neste caso, como disse o poeta Cazuza, "o tempo não para"! Valeu seu Ayrton. Humildemente lhe agradeço."

Valeu seu Ayrton!!!!!

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